Maquinarias: Infâncias em Invenção
Data da publicação: 28 de setembro de 2023 Categoria: Departamento de Psicologia, ExtensãoCoordenação: Prof.ª Dr.ª Érica Atem Goncalves de Araújo Costa
Início da ação:
Breve resumo das atividades desenvolvidas:
Maquinarias: infâncias em invenção é uma ação de extensão (projeto) que pretende criar dispositivos de problematização dos territórios das infâncias (modos de ver e dizer as experiências das e com as crianças), a partir da sua agência e modos de participação em contextos periféricos da cidade de Fortaleza. O projeto vincula-se ao Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação – VIESES, sob a coordenação do prof. João Paulo Pereira Barros. Nasceu e se movimenta no interesse em pensar com as crianças, a partir dos locais em que atuam, para além dos espaços institucionais habituados a acolhê-las e atendê-las. Justifica-se pela urgência de mudanças epistemológico-políticas nos modos de subjetivação da infância, hegemonicamente vinculados a perspectivas adultocêntricas e excludentes. O agenciamento com o VIESES possibilitou a ida ao encontro de realidades periféricas da cidade de Fortaleza em que as trajetórias de vida das crianças são silenciadas em seus movimentos de resistência e singularização. Movimentos esses que provocam os olhares especialistas que traduzem esses modos de re(existir) em percursos lineares e conjuntos prescritos de competências por idade (novos olhares para o cuidado/clínica agenciados no VIESES e no campo com as crianças quando trazem demandas e problematizam o cuidado entre si e com outros). A O aporte teórico dessa extensão universitária se constitui a partir das contribuições dos campos da Psicologia Social, da Cartografia, da Análise Institucional e do campo dos novos estudos da infância e de perspectivas descoloniais em psicologia Social. Encontra-se articulado a disciplinas da graduação, pesquisas realizadas no âmbito do programa de pós-graduação e outros programas e projetos de extensão, que se relacionem a temática dos modos de subjetivação na/da infância. O principal recurso teórico-metodológico será a proposição de oficinas com crianças, como lugar de protagonismo e experimentação, de modo que possam vir à tona o movimento inventivo e lúdico do grupo. O Maquinarias deve atuar nos interstícios, pondo em análise os binarismos rua/escola, adulto/criança, professor/aluno, menino/menina, educação/cuidado, brincar/trabalhar ainda presentes em nossos modos de fazer e pensar. Sua utopia é fazer-se possível diante do interesse das crianças e daqueles que delas cuidam em formular questões sobre seus pertencimentos sociais e modos de vida. O projeto favoreceu a experiência de criação de problemas, no sentido afirmado por Deleuze (1998), qual seja, como aquilo que faz pensar e nos tira do habitual e do pensamento automatizado. Fez-se, desse modo, a opção ética de trilhar resistências aos processos de subjetivação que nos sujeitam e nos segregam como agentes sociais. As oficinas lúdicas e brincadeiras, ao maquinarem como dispositivos para o “estar e fazer com” as crianças, e a própria integração entre elas, criam um campo de problematizações das experiências e eventos que as atravessam em seus cotidianos. A perspectiva ético-estético-política impulsionou a abertura das extensionistas às interrupções e movimentos do grupo, de modo que as atividades não fossem definidas a priori e nem com objetivos fechados, para que os acontecimentos pudessem emergir em sua potência inventiva. Pretendeu-se, com essas atividades, desnaturalizar o lugar social e de fala tendente às crianças pelas estruturas sociais, pelos equipamentos e instituições, potencializando processos de singularização frente aos desafios que emergem em seus cotidianos
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